PATOLOGIA EM FOCO
DOENÇA DE PARKINSON Introdução Dados epidemiológicos indicam que a doença de Parkinson (DP) é a segunda síndrome neurodegenerativa mais prevalente, perdendo apenas para o Alzheimer. Diretamente relacionada com o aumento da idade, chega a afetar 1% da população acima de 60 anos. Assim, com o envelhecimento da população mundial é hoje uma das mais importantes preocupações dos órgãos de saúde publica de diferentes governos, além da organização mundial da saúde (OMS). Caracterizada pela degeneração progressiva e seletiva de neurônios dopaminérgicos presentes na Substantia Nigra pars compacta (SNpc), depleção dos níveis de dopamina no estriado e presença de corpos de Lewy. Entre outros vários mecanismos celulares e moleculares como o estresse oxidativo, agregados proteicos, excitotoxicidade, disfunção mitocondrial e proteassomal e apoptose. O Parkinson é um distúrbio do movimento, que na medida em que os sintomas se agravam, os portadores podem ter dificuldade para caminhar ou realizar tarefas simples. Além disso, podem cursar com outros problemas como depressão, distúrbios do sono ou dificuldades para mastigar, engolir ou falar. Estima-se que a prevalência da DP no mundo é de 1% da população acima dos 60 anos e que dobrará até 2030. No entanto, os possíveis mecanismos envolvidos na neurodegeneração que ocorre na DP ainda não foram totalmente esclarecidos e sua etiologia é complexa. Sinais, sintomas, diagnóstico e terapêutica Os principais sintomas clínicos para o diagnóstico da DP baseiam-se em exame clínico completo com demonstração da presença de bradicinesia/acinesia, tremor, rigidez e perda de reflexos posturais. No entanto, esses sintomas são somente observados quando da morte significativa de neurônios dopaminergicos e cerca de 70-85% de depleção de dopamina na via nigroestriatal. A terapia medicamentosa eleita para o tratamento sintomático da DP é a levodopa, também conhecida como L-dopa-3,4-dihidroxifenilalanina (L-dopa), precursor metabólico da dopamina, e, atualmente o fármaco isolado mais eficaz no tratamento da DP. No entanto, essa droga não demonstrou ser a terapia definitiva que possa retardar ou deter a progressão da DP. Assim, visando, além do entendimento de mecanismos moleculares e celulares associados à patogênese a DP, foram propostos modelos, in vivo e in vitro, de estudo que visam mimetizar a neurodegeneração que ocorre na DP. No entanto, nenhum dos modelos de neurotoxicidade reproduzir fielmente a natureza lenta e progressiva da DP. Por outro lado, evidências emergentes demonstram que as respostas inflamatórias e imunológicas são consideradas como importantes elicitadores da neurodegeneração dopaminergica que ocorre na DP. Estudos pós-mortem demonstraram o envolvimento dos processos neuroinflamatórios na fisiopatologia da DP, o que contribuiria para a "cascata" de eventos iniciadores e/ou potencializadores da degeneração neuronal observada na DP. Além desses, outros estudos demonstraram que nas áreas da degeneração dopaminérgica de cérebros de pacientes Parkinsonianos a existência de neuroinflamação representada por evidências de ativação microglial, aumento da expressão de receptores de superfície celular e produção de fatores neurotóxicos, sinais evidentes nos processos inflamatórios no microambiente do Sistema Nervoso Central (SNC). Microambiente, no qual, as células da glia desempenham papel critico na manutenção homeostásica que promovem, entre outras coisas, a sobrevivência neuronal. Nesse cenário, a microglia (macrófago residente no SNC) é a principal célula imunológica do SNC. Atuando como um "vigilante imunológico", detecta e responde as alterações mais sensíveis nesse microambiente. Na ausência de injúrias no SNC, as microglias demonstram processos ramificados, altamente móveis e "vigilantes" no tecido cerebral que a circunda, podendo, no entanto, "responder" movendo-se rapidamente para locais de lesão aguda ou sinais de perigo em repostas a estimulos químicos. Assim, em condições patológicas, sofre "ativação", caracaterizada por modificações morfofuncionais. No seu estado aumenta a expressão de receptores de superfície e receptor de membrana, liberação de mediadores da resposta pró e anti-inflamatório e morfologia ameboide. Nesse contexto, as células microgliais podem apresentar perfis imunológicos distintos que incluem: M1 (pró-inflamatório) ou M2 (perfil antiinflamatório). Esses estados de polarização são classificação com base no perfil de expressão de receptores e de citocinas pró-inflamatórias (TNF, IL1?, IL-2, IL-4 e IL-6) ou anti-inflamatórias (IL-13, IL-10, TGF-?). No entanto essa classificação in vivo tem demonstrado ser mais complexa, refletindo assim a plasticidade funcional dessas células. Dependendo do perfil de polarização das células microgliais (M1 ou M2) são produzidos citocinas, quimiocinas, prostaglandinas, espécies reativas de oxigênio e nitrogênio e fatores de tróficos, fatores imunomoduladores que podem afetar a função do SNC durante a doença ou lesão potencializando efeitos deletérios ou benéficos no tecido circundante. Alguns desses fatores têm atividades neuroprotetoras e tróficas e auxiliam nos processos de reparo cerebral; enquanto outros apresentam atividade neurotóxica, aumenta o estresse oxidativo, fagocitose e ativam vias de sinalização que induzem eventos apoptóticos contribuindo para morte neuronal observada na DP. Conclusão Necessitamos de que outras terapias se concretizem, pois se faz necessário uma cobertura terapeutica o quanto mais segura e eficaz possível, pois se trata de uma doença incapacitante para pessoas a maioria na sexta década de vida que necessita de uma vida mais tranquila após anos de trabalho produtivo na sociedade. Por fim, também se faz necessário, que busquemos ampliar nossa contribuição nos campos da pesquisa e para uma melhor educação, em especial de seus parceiros de cuidados, para que tenham uma melhor compreensão em relação às mudanças motoras e cognitivas ocorridas nos portadores da DP no início da doença, bem como durante todo o curso da doença. |